Realizou-se mais uma vez em São Paulo a 18ª edição do Revelando São Paulo, evento que reúne elementos da cultura tradicional paulista, como danças, culinária, folclore, artesanato, entre outros.
Nós, da EMEF Prof. Antônio Rodrigues de Campos, participamos com uma grande caravana, buscando reunir subsídios para a realização das nossas tarefas do Projeto Diversidade, desenvolvido na escola, que neste ano destaca a Região Sudeste do Brasil.
Desse modo, um evento como o Revelando é sempre bem vindo, e a riqueza de cores, sons, sabores, aromas é uma oportunidade que não se pode deixar passar.
Ao me perguntarem se gostei, respondo com a objetividade da gente simples da nossa terra: “gostei de tudo”.
Aprofundando o tema um pouquinho mais, quero agora ousar a comentar uma outra pergunta: O que o Revelando revela de São Paulo?
Ao meu ver, ali está revelada a cultura paulista. Cultura paulista sim, mais precisamente, cultura caipira, como propõe Antonio Candido, no livro Os parceiros do Rio Bonito. Para este autor, o termo expressa um modo de ser e um modo de vida, e não um tipo racial. O termo ainda sugere a “acentuda incorporação dos diversos tipos étnicos ao universo da cultura rústica de São Paulo –processo a que se poderia chamar de acaipiramento, ou acaipiração”.(CANDIDO: 1987, p.22)
E é assim que me sinto a cada edição do Revelando: meio acaipirado, observando as técnicas empregadas (observaram os fogões à lenha? Cada um diferente do outro, construído no improviso típico de quem vem à cidade às pressas), as expressões e os movimentos .
E a diversidade impera. Embora muitas cidades apresentem artesanato, o maquinário rústico empregado na fabricação é totalmente diferente, tanto no manuseio como no produto final.
Sons indígenas, africanos, espanhóis, bolivianos, etc, acrescentaram espetacular riqueza ao evento. Quero destacar uma apresentação que muito me impactou: Tinkus Bolívia Wayna Lisos, grupo de São Paulo, que comandou um desfile por todo o parque no sábado, dia 13/09. Era um verdadeiro carnavalito, com as alas enfeitadas das tradicionais cores vivas, acompanhado de tambores, queñas, flautas, e, para mim uma surpresa, uma orquestra de homens engravatados, garantindo a alegria e a energia da música, tocando sax, pistão e trompete.
O Revelando revela então, a riqueza da cultura caipira, aquilo que não se vê todo dia.
Prof. Márcio Pereira de Souza (setembro 2014)
Fotografias: Professora Cirlene
Fotografias: Professora Cirlene
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